MADRID 5 abr. (EUROPA PRESS) -
O navio espanhol "Aita Mari" da ONG Salvamento Marítimo Humanitário (SMH) resgatou 108 pessoas de duas embarcações em situação de "grave risco" no Mediterrâneo central nas últimas horas.
A ONG relatou essa operação em um comunicado no qual enfatiza que está em sua 15ª missão de resgate humanitário e "denuncia a situação nas fronteiras europeias".
O resgate começou depois de receber um alerta emitido pela organização Alarm Phone e depois que as autoridades competentes não deram "uma resposta oficial". "O Aita Mari rumou para os barcos em perigo e resgatou as 108 pessoas, estabilizando as mais afetadas e prestando os primeiros socorros necessários", disse.
Após horas à deriva, as pessoas resgatadas apresentaram sintomas óbvios de desidratação, exaustão e tontura, de acordo com a ONG. Algumas estavam sofrendo de infecções respiratórias, provavelmente em decorrência da exposição prolongada ao frio, ao clima úmido e à falta de cuidados médicos básicos.
"Essas condições refletem o desespero e o perigo extremo enfrentado pelas pessoas forçadas a seguir a rota de migração do Mediterrâneo Central", disse o grupo.
Entre os resgatados havia 84 homens, 13 mulheres e 13 menores de idade, "muitos deles em uma situação particularmente vulnerável". As pessoas em questão, que estavam tentando chegar à costa europeia, vêm de onze países, alguns deles afetados por conflitos prolongados, como Sudão, Togo e Nigéria.
Após o resgate, as autoridades italianas designaram o "Aita Mari" como ponto de desembarque no porto de Salerno. No entanto, devido à situação de vulnerabilidade e às condições delicadas em que se encontram muitas das pessoas resgatadas, e dado que para a segunda-feira 7, data prevista de chegada, as condições meteorológicas em Salerno anunciam ondas de até 2 metros, o navio solicitou um porto mais próximo que permita um desembarque mais ágil e seguro, "de acordo com os princípios humanitários e o respeito ao direito internacional".
Por enquanto, o "Aita Mari" permanecerá aguardando instruções sobre um porto de desembarque mais próximo, "dada a situação crítica das pessoas resgatadas".
A ONG alerta que essa missão de resgate do 'Aita Mari', a 15ª, "pode ser a última antes da entrada em vigor do novo Pacto Europeu sobre Migração e Asilo, uma legislação que ameaça criminalizar e punir o trabalho de organizações humanitárias que salvam vidas no Mediterrâneo".
A nova estrutura regulatória "abre a porta para a externalização das fronteiras e dos centros de retorno em terceiros países, conforme proposto pelo modelo promovido pelo governo da (primeira-ministra italiana) Giorgia Meloni, o que pode significar uma violação sistemática dos direitos humanos das pessoas que buscam proteção internacional".
A equipe do 'Aita Mari' enfatizou que "esses jovens e menores enfrentaram uma vida marcada por guerras esquecidas, violência extrema e sofrimento inimaginável. Eles arriscam tudo em busca de algo que muitos de nós consideramos garantido: a possibilidade de viver em paz".
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